Nossa relação com meio ambiente é organizada pelo cérebro a partir das informações que captamos por meio dos nossos órgãos sensoriais. Cada ser humano processa essas informações sensoriais de forma diferente. Contudo, quando uma pessoa capta a informação do ambiente de forma excessiva ou tem dificuldades de perceber essas informações, ou seja, quando sua sensibilidade está alterada ao ponto de se torna um obstáculo ao funcionamento da pessoa, dizemos que essa pessoa tem um Transtorno de Processamento Sensorial.
Estudo apontam que cerca de 90% das pessoas diagnosticadas com autismo apresentam Transtorno de Processamento Sensorial. Essas pessoas têm dificuldades em regular a informação sensorial, sendo ser excessivamente sensíveis ou subsensíveis as informações que recebem do ambiente. Estudos já comprovaram que quando crianças apresentam algum tipo de alteração sensorial, elas podem sentir até oito vezes mais as entradas sensoriais, pois não conseguem modular estas entradas sensoriais e acabam sentindo os estimulo do ambiente com mais intensidade.
Muitas são hipersensíveis aos sons do ambiente e é por isso que se desregulam quando expostas a lugares barulhentos. É essa sensibilidade auditiva que acaba trazendo enorme sofrimento aos autistas nas comemorações de fim de ano. Nesse período tão festivo, muitas famílias, de autistas, evitam viajar e sair apesar de ser bem provável que uma crise possa ocorrer mesmo dentro de casa, devido ao barulho das ruas. Se essa é sua preocupação temos algumas dicas que podem funcionar nesses, e em outros casos que envolvam a sensibilidade a sons. Aqui, não importa se estamos lidando com um autista verbal ou não verbal, e nem em qual grau do espectro ele se encontra.
Atenção para as dicas:
1. Providencie fones de ouvido antirruído
Esse tipo de abafador de ruídos ajuda muito pessoas no Transtorno do Espectro do Autismo em situações em que os sons podem ser excessivos. Na série Atypical, da Netflix, o personagem Sam – diagnosticado com autismo leve –, aparece com fones de ouvido antirruído em diversas situações. Essa é uma dica de ouro para ser usada até cotidianamente. Porém, caso essa seja uma alternativa cara demais para você, procure pelos protetores de espuma. Eles são uma opção barata e conseguem bloquear até 30 decibéis. Os dois tipos de protetores vão ajudar a minimizar o impacto do barulho dos fogos.
2. Mantenha a criança informada
Explique para criança ao motivo das festas de fim de anos, e informe que nessas festas ocorrem queima de fogos, é importante explicar o porquê de isso acontecer.
3. Prepare a criança
Mostre vídeos e/ou fotos com queima de fogos, coloque o som numa altura suportável para criança. Mostre as imagens, fale sobre o barulho que eles causam. Associe a queima de fogos a momentos festivos e alegres. Prepare a criança, mas, no dia da festa, não esqueça os abafadores de som.
4. Mantenha a criança distante de lugares tumultuados
Mesmo depois de ter preparado a criança e que ela esteja usando abafadores de sons, evite assisti as comemorações em locais abertos e muito próximos a queima. Lembre-se: quanto mais distante a criança for mantida dos fogos, melhor! Caso os barulhos da queima comecem a causar incômodo, leva a criança para o local mais afastado possível e permaneça com ela o tempo todo.
5. Informe a família e os amigos sobre a sensibilidade da criança
Claro que as pessoas não são obrigadas a fazer o que você quer, mas conversar sobre essa sensibilidade sonora, também, pode ser uma excelente estratégia para garantir o bem-estar da criança. Quem sabe, entendendo como o barulho dos fogos podem causar dor e sofrimento a sua criança, os amigos e parentes tenham mais consciência na hora de comemorar?
6. Fogos sem sons
Os fogos sem sons são uma boa alternativa para quem não quer ficar sem o brilho dos fogos. Então sugira isso aos familiares e amigos! Mas não esqueça das recomendações que realizamos nos itens de 1 a 5, pois os fogos silenciosos ainda fazem barulhos.
Fonte: https://vitoriaespacopsicopedagogico.com/
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