IMPORTANTE: Hoje em dia, ficar conectado normalmente é sinônimo de uso de tecnologia e redes sociais. Se seu filho tem menos de 13 anos, certifique-se sempre de que ele se comunique a partir de contas criadas por um parente adulto e que a criança seja monitorada atentamente.
A escola da sua filha já está fechada novamente e todos estão começando a enlouquecer. Ela está implorando para sair para brincar e parece que a amiguinha que mora ao lado está saudável. Você sabe que deveria praticar o distanciamento social, mas o parque perto da sua casa é bem grande para elas se movimentarem. Será que poderia fazer mal sair com uma amiga só dessa vez?
Infelizmente, a resposta é bem clara. Embora médicos acreditem que as crianças que contraem o coronavírus frequentemente não sejam tão afetadas como os adultos, elas ainda podem ser portadoras e, desse modo, podem infectar outras pessoas. Alguns estudos sugerem que o vírus pode ser transmitido antes mesmo do aparecimento dos sintomas, o que faz com que seja ainda mais importante seguir as regras. “Nosso objetivo é criar um espaço entre as pessoas para restringir a transmissão”, explica a epidemiologista Keri Althoff, da Escola de Saúde Pública Bloomberg, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA.
Não é fácil quando os pais e filhos estão isolados em casa há semanas e sem ideia de quando tudo voltará ao normal. “Eu tenho dois filhos e sei como é difícil”, conta Althoff. Mas essa é uma medida para “achatar a curva” – reduzir o número de pessoas infectadas para que os profissionais de saúde tenham recursos suficientes para ajudar as pessoas que realmente precisam. “Se as pessoas adoecerem muito rápido, isso não será possível”, diz Althoff. “Os pais e as famílias estão desempenhando um papel fundamental para desacelerar a pandemia.”
Mas distanciamento social não significa isolamento total. Afinal de contas, manter relacionamentos com outras pessoas é importante para as crianças. “Isso contribui para o seu desenvolvimento socioemocional, além de fortalecer as habilidades socioemocionais”, afirma Melissa Brymer, diretora do Programa de Terrorismo e Desastres da Universidade da Califórnia em Los Angeles e do Centro Nacional para Estresse Pós-Traumático Infantil da Universidade de Duke. O truque é encontrar formas criativas para socializar de longe. Veja algumas maneiras de fazer isso. Sair juntos. A Califórnia vem sendo citada como um dos primeiros estados nos EUA a instituir esforços de contenção, como fechamento de parquinhos públicos e praias. Ainda, segundo Barbara Ferrer, diretora do Departamento de Saúde Pública do Condado de Los Angeles, se ninguém na sua casa estiver apresentando sintomas, não é necessário praticar o distanciamento social dentro de uma mesma unidade familiar. “Vocês podem dar uma volta, fazer uma caminhada, brincar no quintal”, diz ela. Se encontrar um vizinho, literalmente dê um grito do outro lado da rua ou caminhem “juntos” a uma distância segura.
Dançar juntos. Faça as crianças se movimentarem – e socializarem – com aplicativos gratuitos, como o GoNoodle, que tem passos de dança de três a cinco minutos que podem ser compartilhados online. Por exemplo, as crianças podem enviar o link da dança para os amigos, assim cada um pode fazer seu próprio vídeo e enviar depois. Ou até fazer uma “balada” por chamada de vídeo!
Participar de uma aula de arte. Seu filho tem amigos que gostam de fazer arte? Convide-os para uma atividade online organizada por um artista profissional, como uma aula de ilustração ou animação stop-motion. As crianças podem compartilhar fotos com os amiguinhos e depois comentar sobre a obra de arte de cada um.
Fazer um passeio virtual. As excursões da escola foram canceladas, mas os colegas de classe ainda podem visitar seus locais favoritos juntos pelas webcams de zoológicos e aquários que transmitem a vida de seus residentes. O Aquário de Monterey Bay, o Zoológico de San Diego e os “safáris” diários do Zoológico de Cincinnati em lives no Facebook são ótimas opções. Os alunos podem acessar ao mesmo tempo e telefonar ou trocar mensagens de texto para conversar sobre o que estão vendo. Eles também podem transformar a “excursão” em um jogo. Terry Williamson, professora do ensino médio em Los Angeles, que tem dois filhos, de seis e nove anos de idade, recomenda as câmeras de parques nacionais. “As crianças podem tentar adivinhar quando o gêiser Old Faithful de Yellowstone estará ativo ou se haverá neve no Parque Nacional Glacier e, em seguida, acessar a internet para ver a resposta”, explica ela.
Experimentar meios menos tecnológicos. Conectar-se durante tempos como esses, às vezes significa demonstrar às outras pessoas que elas podem contar com você – e observar como os outros se comunicam. As crianças podem expressar solidariedade deixando mensagens escritas na grama ou recados de incentivo coloridos feitos com giz na calçada e depois tirar fotos para compartilhar e descobrir que outras pessoas estão fazendo o mesmo. As crianças também podem resgatar alguns meios de comunicação menos tecnológicos, como ficar ligando e desligando uma lanterna para se comunicar com um amigo do outro lado da rua (quem sabe até aprender código Morse) ou ressuscitar os walkie-talkies.
Conectar-se olho no olho. O isolamento familiar pode ser uma boa oportunidade para os membros da família se conectarem de maneira mais profunda entre si. A sugestão de Brymer é começar um enredo de história, em que uma pessoa começa uma narrativa e cada familiar contribui com uma parte, até formar uma história completa. Outras atividades também podem ampliar as habilidades sociais das crianças. Inclua-as nas tarefas das quais geralmente não fazem parte, como preparar uma refeição ou consertar alguma coisa na casa. Assim, estará incentivando mais comunicação, desenvolvendo as habilidades das crianças e simplesmente criando oportunidades de reforçar o vínculo entre os membros da família.
Dar um tempo. Qual é a única pessoa com quem você precisa se conectar? Basta olhar no espelho. “Parte de nossa programação precisa envolver tempo livre ou de silêncio”, diz Brymer. “Esses momentos podem incluir exercícios de respiração para se acalmar ou praticar yoga.” Inclusive assistir a um filme em família todos os dias pode ajudar qualquer um a relaxar um pouco a cabeça.
“Para crianças menores, recomenda-se apenas ter períodos em que todos consigam descansar”, diz Brymer. “Isso também deixa os adultos revigorados.”
Não são tempos fáceis, mas quanto mais conectados nos sentirmos, mais forte será a nossa união – mesmo se estivermos separados.
POR JAMIE KIFFEL-ALCHEH
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