Neurocientista Suzana Herculano-Houzel explica como o afeto familiar determina as reações dos filhos diante do estresse, conflito e frustração.
A formação do cérebro
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O órgão não nasce pronto. Até o terceiro ano de vida, é o período em que o cérebro mais cresce e ganha peso.
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Durante este amadurecimento cerebral, a criança tem uma capacidade de aprendizado rápida e impressionante.
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É o período em que elas aprendem a detectar sons, enxergar e constituir habilidades, das mais variadas. Por exemplo: todos nascemos com plena capacidade de aprender qualquer idioma. Capacidade esta que vamos perdendo ao longo da vida.
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O poder do carinho
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Sabendo desta influência tão significativa do exemplo no período de aprendizagem, o estímulo dos pais dados à criança durante a primeira infância é uma importante ferramenta para o desenvolvimento de habilidades.
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O comportamento também é moldado nesta fase.
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Se os pais fazem de qualquer probleminha um problemão, o cérebro da criança aprende a reagir de forma estressada a qualquer situação.
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O carinho também molda o cérebro.
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Várias pesquisas científicas que compravam o carinho físico, o toque e o contato como um moldador cerebral que torna a criança mais hábil e com o sistema de proteção orgânico mais forte.
Isso acontece por causa da ocitocina, um hormônio altamente influente na formação cerebral, que é produzido durante a amamentação e liberado também no abraço, no beijo, na massagem.
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A ocitocina é responsável por fazer com que o cérebro produza a capacidade de vínculo e acalma todas as partes cerebrais acionadas em situações estressantes.
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O que é uma ótima prevenção da ansiedade e outros transtornos de comportamento que, às vezes, só se manifestam na vida adulta.
Receber ou não carinho modifica para sempre como o cérebro vai reagir diante do estresse e da frustração. Mas apesar de ser muito mais marcante na infância, o carinho sempre influencia.
Nunca é tarde para começar.
Fonte: Camila Graziottin Padilha
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